Mobilização de aposentados retira da pauta na CMI projeto para cassar aposentadorias
Após de uma série de ações desencadeadas pelo
Sind-UTE/MG, proposta do prefeito não é votada; mobilização continua para
retirada definitiva da Câmara de Ipatinga.
28.09.2017
IPATINGA – O projeto de lei que cria uma
comissão para cassar as aposentadorias dos servidores públicos municipais, de
autoria do prefeito Sebastião Quintão (PMDB), foi retirado da pauta de votação
desta quarta-feira (27), após forte oposição do Sindicato Único dos
Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), subsede de Ipatinga e
mobilização da categoria. A comissão proposta - composta por sete integrantes
do Poder Público e dois dos trabalhadores, por meio de seus sindicatos -
pretendia fazer uma “reanálise” dos benefícios concedidos desde 1994. Previsto inicialmente para ser votado na
semana passada (último dia 20), o projeto acabou por ser retirado de pauta com
pedido de vista, após os protestos dos aposentados, que ocuparam o plenário da
Casa.
Em ofícios protocolados no Legislativo, o
Sind-UTE/MG manifestou sua discordância e sua indignação com o projeto,
especialmente em um momento em que o prefeito Sebastião Quintão se recusa a
pagar as aposentadorias, descumprindo ordens judiciais.
Na última segunda-feira (25), em uma reunião
entre a Câmara Municipal, o Sind-UTE/MG e o Sindicato dos Servidores Municipais
de Ipatinga (Sintserpi), mais uma vez a questão foi tratada, tendo o presidente
do Legislativo, Nardyello Rocha (PMDB), se comprometido a retirar o projeto de
lei da pauta, bem como sua tramitação, mediante pedido formal dos sindicatos.
Com isso, o projeto foi retirado de pauta e não foi votado nesta quarta-feira
(27).
EM DEFINITIVO
O coordenador do Sind-UTE/MG, subsede de
Ipatinga, Jodson Sander ressaltou, em tribuna, a bem sucedida mobilização
realizada pela categoria, e disse que espera agora a retirada definitiva do
projeto de lei de tramitação da Casa legislativa. “Vamos cobrar”, afirmou,
garantindo que a mobilização irá continuar. Ele lamentou mais uma vez a postura
do prefeito Sebastião Quintão de se recusar a cumprir as decisões judiciais que
determinam o pagamento das complementações. Cobrou também o envio dos projetos
de lei que criam o Fundo Complementar e o Regime de Previdência Próprio do
Servidor, de forma a viabilizar o custeio da complementação prevista em lei,
especialmente porque é este o ponto que a Prefeitura de Ipatinga questiona no
Tribunal de Justiça de Minas Gerais para tentar se esquivar de pagar os
benefícios dos aposentados – ou seja, o governo se beneficia de sua omissão
para prejudicar os aposentados.
Jodson aproveitou a oportunidade para citar
que não apenas os servidores inativos estão sem receber, mas há débitos com os
trabalhadores da ativa, com relação a férias, por exemplo.
PANFLETAGEM
Os aposentados da rede municipal de Ipatinga
realizam durante a semana uma panfletagem em diversos pontos da cidade,
informando a população sobre a batalha jurídica empreendida pelo prefeito
Sebastião Quintão contra os direitos dos servidores. No material, que começou a
ser panfletado nesta terça-feira (26) em uma mobilização que se estende até o fim
da semana, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais
(Sind-UTE/MG), subsede de Ipatinga, desmascara a versão apresentada pelo
prefeito de que “não paga porque a Justiça não deixa”. Trechos de decisões
determinando o pagamento bem como os inúmeros recursos judiciais manejados pelo
prefeito em todas as instâncias jurídicas são mencionados para comprovar a
falsidade do discurso da Administração Municipal. Além disso, o governo
contratou um novo escritório de advocacia, sem licitação, por valores
exorbitantes, para recorrer das decisões favoráveis aos aposentados. O
Sindicato dos Servidores do Município de Ipatinga (Sintserpi) também assina o
material.
Mobilização de aposentados retira da pauta na CMI projeto para cassar aposentadorias
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