ABSURDA VIOLÊNCIA: Hoje na visão da Escritora Margarida Drumond de Assis
29.09.2017
É mesmo
de causar terror à população brasileira o crescimento da violência que vem se
dando em todo o país. Em locais onde antes se ouvia dizer sobre assaltos que ocorriam
à noite, hoje é comum ver-se reportagens dando conta de que os bandidos ali estão
agindo até mesmo de dia, sem qualquer constrangimento. E o que dizer então de
regiões, aonde a violência vem num crescendo, como a que temos visto,
ultimamente, no Rio de Janeiro? Os tiroteios que há mais de uma semana acontecem na favela da Rocinha, no Rio de
Janeiro, são prova inconteste dessa grave situação.
Tudo começou no domingo/17 deste mês de setembro, quando dois
criminosos de uma mesma facção, até o ano 2000 aliados, passaram a caçar um ao
outro e integrantes, no intuito de trazer para si o domínio do tráfico na
favela da Rocinha: um tiroteio iniciado
e que vai chegando ao décimo dia. O país acompanha incrédulo a esse terror, e o
pânico já se instalou naquela capital: pessoas têm evitado sair de suas casas;
crianças nem à escola estão indo; os campos de futebol também deram mostra do
impacto dessa violência com a diminuição do público assistindo aos jogos.
Estranho é que nem com a presença da polícia e das Forças
Armadas, ali atuando para combater traficantes
de drogas fortemente armados, o tiroteio cessou. E mil homens de tropas
federais ocuparam a comunidade, no que repercutiu em mais tiroteio na Rocinha.
Eram embates entre os criminosos de facções, a de Rogério Avelino, o Rogério
157, e a de Antônio Bonfim Lopes, o Nem, e também entre os que compõem uma
mesma facção. Como se diz, é tiro pra todo lado! Com isto, o pavor vivido pelos
moradores da Rocinha e dos da cidade como um todo, pauta-se, e muito, no fato
de os bandidos terem armas potentes, como fuzis e granadas. Além do mais,
sabe-se que a eles a vida pouco ou nada importa. A Polícia civil do Rio, conforme divulgado, logo registrou a
morte de três homens, todos eles envolvidos no crime, além de um adolescente de
treze anos baleado. Dentre os homens, dois seriam de uma organização criminosa,
enquanto o outro teria roubado um carro naquela favela. Também se registrou
apreensão de nove fuzis e dez granadas, enquanto mais de vinte mandados de
prisão saíram, sendo cinco efetivadas, e hoje muito mais se constata estando
dezenas de traficantes envolvidos nos tiroteios, mais apreensões feitas
enquanto outros vão sendo indiciados.
Nada fáceis os tempos que vivemos e, para aflição geral,
piores vêm se tornando dia a dia: de um lado, a morte literalmente falando,
por armamentos pesados e assaltos, com os
bandidos agindo indiferentes até mesmo às câmeras de segurança; de outro a
morte de sonhos de tantos brasileiros, à
mercê de inescrupulosos governantes que nos tiram o direito à segurança, à
saúde, à educação. Só na Rocinha, nestes dias, mais de 3 mil crianças estão sem
poder ir às aulas. A comunidade vive em dificuldades, tenta se manter com seus
vencimentos, muitas vezes parcos, para cobrir as despesas diárias; já os traficantes, estes,
não, vivem ancorados na garantia de que têm quem lhes compre a droga, convictos então de altos
rendimentos. Daí, sem dúvida, o poderio que
ostentam com suas casas luxuosas e armas muitas vezes de uso restrito das
forças de segurança. E nos perguntamos até quando essa absurda violência?
Margarida
Drumond é professora, jornalista e escritora, 40 anos de literatura, 16 livros
editados: o primeiro deles o romance Um
conflito no amor. Próximos lançamentos: o romance Doce complicação e a
biografia sobre Padre Abdala Jorge, ambos sendo vendidos em pré-edição. Adquira
já o seu exemplar.
ABSURDA VIOLÊNCIA: Hoje na visão da Escritora Margarida Drumond de Assis
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