NEPOTISMO na Prefeitura de Ipatinga. Protesto marca a votação do Projeto na Câmara
28.09.2017
IPATINGA - Com o plenário
lotado e sob os protestos de servidores públicos aposentados e militantes
ligados aos sindicatos da categoria, os vereadores aprovaram nesta quarta-feira
(27), durante reunião ordinária, um pacote de 11 projetos de lei encaminhado
pelo Poder Executivo à Câmara Municipal de Ipatinga. Indignados com a suspensão
do pagamento da complementação de suas aposentadorias, os servidores inativos
têm acompanhado todas as ações do governo municipal, principalmente no que diz
respeito aos gastos públicos.
Os protestos tiveram como
foco, principalmente os PLs 97, 101 e 107/2017. O primeiro trata de uma mudança
na lei que veda a prática de nepotismo na Prefeitura Municipal de Ipatinga. A
alteração, segundo o Poder Executivo, seria uma adequação à Súmula Vinculante
nº 13, do Supremo Tribunal Federal (STF), publicada posteriormente à aprovação
da lei municipal.
De acordo com os
manifestantes, o PL 97/2017 torna menos rigorosa a vedação da contratação de
parentes pelo prefeito e por ocupantes de cargos de direção, chefia ou
assessoramento na administração municipal. A referida Súmula Vinculante do STF
veda a contratação de “cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral
ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante”, o que
abriria espaço, por exemplo, para contratação pela prefeitura de primos do
prefeito e dos servidores ocupantes dos cargos relacionados. A atual legislação
veda a contratação de parentes de até quarto grau.
Pagamento
Infrater
O terceiro projeto
questionado pelo público presente na reunião, e que também recebeu voto
contrário dos vereadores Wanderson Gandra, Cassinha Carvalho e Lene Texeira,
foi o PL 107/2017. A proposição autoriza o Poder Executivo a promover uma
transposição de recursos no Orçamento vigente, de R$ 4,1 milhões, para
pagamento à empresa Infrater Engenharia Ltda.
Conforme a administração
municipal, a realocação dos recursos seria necessária para “acobertar despesas
com a prestação de serviços de melhoramento, recuperação e conservação de
praças, parques e jardins”. Lene Teixeira lembrou que a Infrater começou a
prestar serviços ao Município no primeiro mandato do prefeito Sebastião Quintão
e que agora “a empresa se torna prioridade entre os pagamentos do Poder
Executivo, em detrimento dos trabalhadores que prestaram concurso para
ingressar no serviço público”.
A vereadora Cassinha também
usou a tribuna para declarar sua indignação com PL 107/2017. “Quatro milhões para reformar praças e jardins,
com o município numa situação de miséria, quando temos aposentados e servidores
sem receber, acho esse projeto jocoso em tempos de penúria. A Prefeitura já
pagou à Infrater até o mês atual mais de R$ 10 milhões, praticamente o total
previsto no orçamento para o ano, e agora quer mais R$ 4 milhões”, protestou a
parlamentar.
Taxas
e ISSQN
Também aprovado na reunião
desta quarta-feira, o PL 96/2017, que promove uma atualização dos valores de
diversas taxas cobradas pelo Município, teve os votos contrários da vereadora
Lene Teixeira e do vereador Wanderson Gandra. Igualmente à vereadora Cassinha
Carvalho, os dois vereadores se manifestaram contrários ao PL 98/2017, que
promove alterações na lei que disciplina a cobrança do Imposto Sobre Serviços
de Qualquer Natureza (ISSQN), entre elas, a inclusão de novas atividades na
lista dos serviços passíveis da cobrança do imposto.
Gandra e Cassinha também
votaram contra o PL 95/2017, que dispõe sobre a concessão do serviço de táxi em
Ipatinga. A proposição estabelece a realização de processo de licitação para a
concessão das licenças aos prestadores do serviço e estabelece novos valores a
serem pagos por eles ao Município. Wanderson Gandra afirmou que aguardaria a
apreciação das emendas apresentadas ao projeto, na reunião convocada para esta
quinta-feira, para definir sua posição com relação à segunda votação da matéria.
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