Complementação Salarial: 7 de Setembro em Ipatinga virou palco de manifestação para servidores

08.09.2017

IPATINGA – O prefeito Sebastião Quintão (PDMB) enfrentou uma grande manifestação dos servidores aposentados nesta quinta-feira (7), durante evento realizado no Parque Ipanema em comemoração ao 7 de Setembro. Sem conseguir discursar, Quintão foi obrigado a abandonar o seu roteiro e afirmar que “vivemos em um País democrático em que as pessoas podem protestar”. A mobilização foi organizada pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) e pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Ipatinga (Sintserpi). Os servidores cobram o pagamento da complementação salarial, há mais de um ano sem ser quitada. Além disso, a categoria reclama da falta de diálogo, uma vez que o prefeito se recusa a negociar qualquer situação referente aos servidores.

A concentração dos aposentados começou por volta de 8h, na rotatória entre os bairros Iguaçu, Jardim Panorama e Parque Ipanema. No local, foi montado um “outdoor humano”, com os dizeres “Paga Prefeito”, além de faixas trazendo mensagens de pedidos de justiça. Em seguida, o grupo se dirigiu à avenida Burle Marx, e se posicionou em frente ao palanque onde as autoridades estavam. No momento em que iniciou sua fala, Quintão foi alvo de vaias e de um apitaço. As vaias continuaram durante todo o discurso do prefeito, que teve que abandonar sua fala inicial e afirmar que “a democracia exige isso”. Em determinado momento, já demonstrando irritação, chegou a se comparar com Jesus Cristo: “Jesus não jogou pedras em seus inimigos”, comparou. Ao final, balões pretos de gás hélio ganharam os céus, carregando frases de protesto e simbolizando o luto da categoria.

BATALHA JURÍDICA

O Sind-UTE tem travado uma verdadeira batalha jurídica contra a Prefeitura de Ipatinga pelo pagamento da complementação. Infelizmente, mesmo com várias decisões favoráveis, concedidas pela Justiça desde o início do ano, o prefeito não as cumpre. “Ele está usando de todos os artifícios para não pagar. Antes afirmava que não pagava porque teria problemas na Justiça. Depois, mesmo a Justiça determinando o pagamento, se esquiva dos compromissos assumidos”, pontua Isaura Azevedo, que compõe a diretoria do Sind-UTE. Quintão foi eleito prometendo regularizar os pagamentos.

“Estamos mobilizados nesta luta pelo trabalhador aposentado. Não vamos desistir enquanto o prefeito não honrar seus compromissos. E isso inclui a criação do Regime Próprio de Previdência do Servidor, a fim de tornar a complementação salarial sustentável para que os servidores da ativa tenham garantia de respeito aos seus direitos. Estamos sofrendo as conseqüências da irresponsabilidade e da omissão de anos dos gestores públicos”, posiciona-se Feliciana Saldanha, da coordenação estadual do Sind-UTE/MG.