Comissão de direitos Humanos debate situação dos aposentados de Ipatinga
Audiência pública
será realizada nesta quarta-feira, no auditório da Casa Legislativa, com
participação do Sind-UTE/MG, representantes da categoria e autoridades convidadas.
11.09.2017
IPATINGA – Com o
objetivo de debater as violações de direitos humanos perpetradas contra os
servidores aposentados do Município de Ipatinga, será realizada nesta
quarta-feira (13), a partir das 16h30, uma audiência pública no plenário da
Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte. A solicitação
foi feita pelo deputado estadual Rogério Correia (PT), primeiro secretário da
ALMG.
O encontro integra
uma série de ações articuladas pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação
de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) para dar visibilidade à situação vivida pelos
servidores inativos da rede municipal em decorrência do não pagamento da
complementação salarial prevista na lei municipal 1.311/94, hoje questionada em
uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) no Tribunal de Justiça de Minas
Gerais, pela Prefeitura de Ipatinga, pela ausência de um fundo complementar
para financiar a despesa. A ADI ainda não foi julgada, permanecendo a obrigação
do poder público de efetuar os pagamentos, porém o prefeito Sebastião Quintão
(PMDB) se recusa a cumprir a lei bem como as determinações judiciais para
pagar. Embora seja de iniciativa exclusiva do Poder Executivo, o Município
também não tomou qualquer providência para a criação do Regime Próprio de Previdência
do Servidor, iniciativa que garantiria a sustentabilidade dos direitos
previstos em lei.
VIOLAÇÃO AOS DIREITOS
HUMANOS
A ausência do
pagamento da complementação tem representado um verdadeiro pesadelo na vida dos
servidores aposentados. O dinheiro – 50% dos aposentados recebem menos de R$ 1
mil a título de complementação – era destinado, na maioria das vezes, para
remédio, aluguel e até pensão alimentícia dos netos, para evitar a prisão do
filho, que se encontra desempregado. Esse é o caso de Dona Sebastiana Madalena,
por exemplo, moradora o bairro Bom Jardim. Ela trabalhou como auxiliar de
limpeza, passando pelos mutirões, capina nas ruas e se aposentou trabalhando em
uma unidade de saúde, após 31 anos de Prefeitura. Com os pouco mais de 600 reais
que recebia da complementação, há cerca de 3 anos, honrava a pensão alimentícia
do neto.
Não menos
desesperadora é a situação da auxiliar administrativa aposentada Rosângela
Rosário, que trabalhou por 25 anos nas escolas da rede municipal. Os R$ 400 que
recebia de complementação eram utilizados para a compra de remédios. Dona
Rosângela se recupera da segunda cirurgia para combater um câncer.
“São pessoas que
dedicaram a vida ao serviço público, que tiveram um direito cortado de uma hora
para outra, e que estão passando por situações de extrema dificuldade, com
grave violação à sua dignidade. Esse debate precisa ser feito do ponto de vista
jurídico, como o Sind-UTE/MG vem fazendo mas também do ponto de vista político,
e sobretudo humanitário”, afirma Feliciana Saldanha, que integra a direção
estadual do sindicato e participará da audiência pública. Com a audiência
pública, os aposentados esperam, além de dar maior visibilidade à causa,
ampliar os apoios e obter encaminhamos que auxiliem na solução do problema.
PRESENÇAS
Foram convidados para
participar do encontro, além da diretoria do Sind-UTE/MG subsede de Ipatinga,
direção estadual e assessoria jurídica, o Sindicato dos Servidores Municipais
de Ipatinga (Sintserpi), representantes dos aposentados, da CUT Regional Vale
do Aço e outros movimentos sociais que acompanham e apoiam a luta da categoria.
Também estão entre os convidados o presidente da Câmara Municipal de Ipatinga,
vereador Nardyello Rocha (PMDB), o prefeito municipal Sebastião Quintão (PMDB),
representante do Ministério Público e do Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Comissão de direitos Humanos debate situação dos aposentados de Ipatinga
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